Creio que começo a perceber a razão disso. Neste momento estou a trabalhar num local onde já se começam a vender inúmeros artigos de Natal, várias promoções relacionadas com a quadra, atractivos para a data. E eu pergunto-me, porque começar com isto três meses antes? O Natal não é só dia 25 de Dezembro? Qual é o interesse de começar a comprar os Pais Natal de chocolate, os bombons, os bolos de Natal? Será que são comprados agora e ficam guardados até Dezembro? Ou será que são apenas mais um doce, mais uns chocolates para ir comendo?
Creio que é por isto que as pessoas já não vivem intensamente o Natal. Quando chega a altura já estamos todos fartos de ver tantos doces e chocolates Natalícios nas prateleiras das superfícies, ou artigos em promoção, ou ofertas. Já consideramos isso banal, vulgar, e quase que nem nos apercebemos que o Natal é só em Dezembro.
Lembro-me de quando era novo, começava em fins de Novembro a aparecer as publicidades de novos brinquedos, muito atractivos. Começava a ver as pessoas em busca do seu pinheirinho, ou a começar a comprar uns enfeites. Percebia-se que estava a chegar o Natal, e começava a ansiar por essa altura. Fazia a minha lista, pedia indirectamente as coisas que desejava, com esperança que a minha mãe percebesse a dica e no dia 25 me fizesse uma surpresa. E mesmo há algum tempo começava em Dezembro a pensar no que oferecia a esta ou aquela pessoa, começava a pensar em decorar a árvore (infelizmente já me senti obrigado a comprar uma de plástico e a perder o aroma do pinheiro), comprar uns enfeites novos, entre outras coisas.
Hoje em dia é isso que acontece? Não, quando chega a altura já estou tão saturado de ver o consumismo, as publicidades, o marketing, a antecipação, que nem tenho aquele gostinho de comprar os presentes, os doces, os chocolatinhos a poucos dias do Natal.
É para isto que caminhamos? A perda da tradição? A perda do significado? Qualquer dia estamos em Agosto e começam as promoções de Natal.
Vivemos num mundo de consumismo, materialismo, indiferença pelas tradições e pelo que é nosso.
Estas situações deixam-me triste...